Pesquisa da Transport and Environment mostra que motoristas usam pouco o modo elétrico dos PHEVs, ampliando as emissões
César Tizo - outubro 24, 2025
Apontados como solução de transição rumo à eletrificação total, os veículos híbridos plug-in (PHEVs) voltaram a ser alvo de críticas após um novo estudo revelar que suas emissões reais de CO₂ estão muito acima dos números oficiais.
Segundo levantamento da organização Transport and Environment, desde 2023 os PHEVs registrados na Europa emitem, na prática, quase cinco vezes mais CO₂ do que os índices declarados em testes laboratoriais.
A principal razão, segundo a entidade, é o uso limitado do modo 100% elétrico por parte dos motoristas. Embora os fabricantes assumam que os proprietários utilizam a propulsão elétrica em cerca de 84% das viagens, a realidade mostra que essa taxa não passa de 27%.
Mesmo quando o modo elétrico é acionado, o motor a combustão entra em funcionamento em aproximadamente um terço da distância percorrida, elevando as emissões totais.
Com isso, os híbridos plug-in acabam emitindo apenas 19% menos CO₂ que veículos a gasolina ou diesel — bem longe dos 75% de redução apontados oficialmente.
Os resultados surgem em um momento crucial para a política ambiental da União Europeia. Montadoras e entidades do setor têm pressionado o bloco a flexibilizar as metas de emissões e permitir a venda de alguns modelos não totalmente elétricos, como os PHEVs, mesmo após 2035.
A Transport and Environment, no entanto, argumenta que essa medida seria um retrocesso e comprometeria os objetivos de zerar as emissões no transporte.
O estudo reforça o alerta de que, sem mudanças significativas no uso e no desenvolvimento tecnológico dos híbridos plug-in, eles podem deixar de ser um elo de transição e se tornar um obstáculo à eletrificação plena da frota europeia.
