Carro elétrico terá custo de fabricação inferior ao de um térmico em 2027, diz relatório
Previsão é de analista do setor automotivo; saiba mais
César Tizo - março 8, 2024
Pedro Pacheco, vice-presidente da área de pesquisa da Gartner, fez uma previsão interessante.
Segundo o especialista, os carros elétricos terão custo de fabricação menor do que o dos automóveis térmicos a partir de 2027.
Em seu relatório, Pacheco menciona que o barateamento das baterias e inovações como o “gigacasting” são algumas das principais razões para a tendência que se avizinha.
O gigacasting é uma técnica em que diversas partes da estrutura do veículo são fundidas em uma única peça, o que economiza tempo e um oneroso processo de soldagem na linha de produção.
A Tesla, por exemplo, foi uma das primeiras fabricantes a adotar o gigacasting.
De acordo com o relatório da Gartner, o sistema por si só é capaz de resultar em uma redução de custo de 20% no processo de fabricação do automóvel.
Tesla: uma das marcas pioneiras em adotar o gigacasting
Além disso, o uso da bateria como elemento estrutural dos veículos elétricos, técnica que a BYD aplica no Seal, por exemplo, também é outro ponto que ajuda na diminuição dos custos de fabricação desses carros.
“Estamos atingindo a paridade de preços entre carros térmicos e elétricos mais cedo do que o esperado”, destaca Pacheco em seu relatório.
O profissional também salienta que as novas plataformas veiculares dedicadas a carros elétricos deram às montadoras “a liberdade de projetar linhas de montagem adequadas às suas características, incluindo um trem de força compacto e baterias rentes ao assoalho do carro“.
“Já as plataformas ‘multienergia’, por sua vez, impõem limitações porque precisam acomodar um tanque de gasolina ou espaço para o motor/transmissão“, completa Pacheco.
“Se e quando essas economias nos custos de fabricação se traduzirão em preços mais baixos no showroom das concessionárias dependerá de cada fabricante. Marcas novas como BYD e Tesla podem se dar ao luxo de reduzirem seus preços porque têm custos baixos o suficiente para fazê-lo sem grandes prejuízos aos seus resultados financeiros“, detalha o relatório da Gartner.
O menor custo para a fabricação de carros elétricos chega no momento em que diversas fabricantes, entre elas a Ford, consideram ampliar seus investimentos em modelos mais acessíveis com este tipo de propulsão, sobretudo após o avanço de marcas chinesas em diversos mercados com automóveis elétricos altamente competitivos do ponto de vista do custo/benefício.
“Estamos entrando em uma nova fase em que os veículos elétricos não poderão depender apenas de incentivos governamentais ou amparar seu apelo em questões ambientais. Eles deverão ser um produto excelente se comparados a um carro a combustão”, finaliza Pedro Pacheco.
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