Análise: onda de eletrificação promete transformar o segmento de picapes
Ford apresenta mais detalhes sobre a configuração eletrificada da Ranger, que terá autonomia para 45 km em modo elétrico
César Tizo - setembro 19, 2024
Há um ano, a divisão australiana da Ford anunciou que a marca norte-americana estava preparando uma versão híbrida plug-in da nova geração da Ranger. Agora, neste mês, a Ford Pro aproveitou a tradicional feira IAA Transportation, realizada na Alemanha e focada no setor de transportes, para revelar mais detalhes sobre essa inédita configuração eletrificada da picape média.
Na ocasião de sua estreia mundial na Austrália, a Ford já havia antecipado que a Ranger Plug-in Hybrid teria uma autonomia de 45 km no modo elétrico, graças à bateria de 11,8 kWh. Nesta semana, no entanto, a fabricante entrou em mais detalhes sobre o conjunto motriz.
Segundo os dados oficiais, a Ford Ranger Plug-in Hybrid combina o motor 2.3 EcoBoost (turbo e injeção direta) com a transmissão automática de 10 marchas e o motor elétrico de 75 kW (101 cv). O sistema resulta em 279 cv de potência combinada e ótimo torque máximo de 70,3 kgfm, superando com folga a Ranger 3.0 V6 turbodiesel (250 cv e 61,1 kgfm) vendida atualmente no Brasil.
A Ford destaca que a Ranger híbrida plug-in manterá a capacidade de carga de uma tonelada na caçamba, além de poder rebocar até 3.500 kg. Na Europa, onde as vendas começarão no segundo trimestre de 2025, a Ranger Plug-in Hybrid será oferecida nas versões Wildtrak, XLT e na inédita Stormtrak, exclusiva da linha eletrificada.
Onda de eletrificação
A Ford informou que a Ranger Plug-in Hybrid será produzida na fábrica de Silverton, na África do Sul, sem mencionar planos para fabricação na Argentina. Atualmente, a Ranger vendida no Brasil e em outros mercados da América do Sul é produzida na planta de General Pacheco, na Argentina.
Para chegar ao mercado brasileiro, a Ranger Plug-in Hybrid precisaria ser importada da África do Sul, o que levanta dúvidas sobre sua competitividade em termos de preço. No entanto, como o segmento de picapes médias consegue absorver veículos com valores elevados, a Ford pode contornar essa questão.
Vale destacar que o segmento de picapes médias eletrificadas começará a ganhar força no Brasil ainda este ano, com o lançamento da BYD Shark. Apresentada mundialmente em maio deste ano no México, a picape chinesa combina o motor 1.5 turbo a gasolina com dois motores elétricos, entregando 430 cv de potência combinada.
De acordo com a BYD, a Shark acelera de 0 a 100 km/h em apenas 5,7 segundos e possui um alcance total de cerca de 840 km, segundo o ciclo NEDC.
Embora mais potente do que a Ranger Plug-in Hybrid, a BYD Shark fica devendo nas capacidades de carga e de reboque, admitindo 835 kg na caçamba ou um implemento de 2.500 kg. O trunfo da BYD Shark, porém, fica para a capacidade volumétrica de 1.450 litros na caçamba, deixando claro que seu projeto mira em um público que vai utilizar o veículo prioritariamente para atividades de lazer.
Por fim, a Toyota lançou a Hilux Hybrid na Europa no final de 2023. Com uma configuração técnica mais simples, a Hilux eletrificada combina o motor 2.8 turbodiesel com o sistema híbrido-leve de 48V, visando reduzir o consumo em cerca de 10%. Segundo a Toyota, o sistema melhora as acelerações e o desempenho off-road, com a frenagem regenerativa auxiliando em descidas em terrenos acidentados.
A Hilux Hybrid poderá ser produzida na Argentina, de onde o Brasil já recebe o modelo, embora ainda não haja uma data definida para seu lançamento.
Portanto, como visto, o segmento de picapes médias passará por uma interessante onda de eletrificação nos próximos anos, com modelos cada vez mais eficientes chegando ao mercado. Vamos acompanhar de perto!
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