Híbrido leve vale a pena? Descubra se o Fastback Hybrid custa menos para abastecer do que o T-Cross 200 TSI
Comparamos uma estimativa de gasto anual com gasolina e etanol da novidade da Fiat em relação ao SUV compacto líder em vendas
César Tizo - novembro 23, 2024
Ainda recente no mercado, o Fiat Fastback com o conjunto propulsor T200 Hybrid inaugurou a mecânica híbrida leve que deverá equipar outros modelos da Stellantis fabricados no Brasil e na região. Apesar de não conferir ao automóvel tração puramente elétrica, a tecnologia tem como premissa “aliviar” a demanda sobre o motor térmico e proporcionar uma redução discreta no consumo, com a vantagem de não elevar significativamente o preço do carro.
Mas será que a eletrificação, no caso do Fiat Fastback Hybrid, o torna um automóvel mais econômico também do ponto de vista financeiro, especialmente considerando o gasto anual com combustível?
Para responder a essa pergunta, confrontamos a novidade da Fiat com o Volkswagen T-Cross, modelo que atualmente lidera as vendas no segmento de SUVs compactos e não conta com nenhuma forma de eletrificação. O VW oferece em suas versões mais procuradas um eficiente propulsor 1.0 turbo com injeção direta, tornando-se uma interessante base de comparação.
Gasto anual com combustível
Para nossa análise, simulamos o custo anual com combustível dos dois modelos. Como referência, consideramos um motorista que percorre 10.000 km por ano, adotando aqui a chamada média PECO (55% dos deslocamentos em área urbana e 45% em área rodoviária), que reflete o uso mais comum de um automóvel de passeio.
Os cálculos foram baseados nos preços médios dos combustíveis no território brasileiro, conforme levantamento mais recente da ANP, e nas médias de consumo aferidas pelo padrão Inmetro.
Com isso, no caso do Fiat Fastback Hybrid, reunimos os seguintes dados:
Distância total percorrida no ano: 10.000 km
Uso de 55% na cidade e 45% na estrada
Consumo urbano com etanol: 8,9 km/l
Consumo rodoviário com etanol: 9,8 km/l
Consumo urbano com gasolina: 12,6 km/l
Consumo rodoviário com gasolina: 13,9 km/l
Preço médio gasolina: R$ 6,10/l
Preço médio etanol: R$ 4,04/l
Isso nos leva a um consumo total de 1.077,16 litros de etanol ao longo de um ano, resultando em um gasto de R$ 4.351,73. Já com gasolina, o Fiat necessita de 760,25 litros do combustível, o que resulta em um gasto de R$ 4.637,52 ao longo de 12 meses.
Migrando para o Volkswagen T-Cross 200 TSI, os números são os seguintes:
Distância total percorrida no ano: 10.000 km
Uso de 55% na cidade e 45% na estrada
Consumo urbano com etanol: 8,2 km/l
Consumo rodoviário com etanol: 10,1 km/l
Consumo urbano com gasolina: 11,9 km/l
Consumo rodoviário com gasolina: 14,3 km/l
Preço médio gasolina: R$ 6,10/l
Preço médio etanol: R$ 4,04/l
Portanto, se abastecido com etanol, o Volkswagen necessitaria de 1.116,28 litros no decorrer de um ano, o que resulta em um gasto de R$ 4.509,76. Já quando abastecido com gasolina, o SUV demanda 776,87 litros do combustível, portanto um custo anual de R$ 4.738,91.
Conclusão
Mesmo sem a tecnologia híbrida, o Volkswagen T-Cross 1.0 turbo mostra-se um SUV eficiente. No entanto, o Fastback Hybrid alcançou uma economia de R$ 158,03 (3,6%) no gasto anual com etanol e de R$ 101,39 (2,1%) quando abastecido com gasolina. Vale destacar que o padrão PECO, utilizado na elaboração dos cálculos, tende a favorecer o Fiat, já que a propulsão híbrida leve resulta em maior redução de consumo sobretudo no uso urbano.
Apesar disso, a economia no gasto anual com etanol ou gasolina não é suficiente para justificar a migração de um consumidor do T-Cross para o Fastback Hybrid, por exemplo. Indo além, a diferença de preço entre os modelos — R$ 3.000 a mais para o Fastback Audace T200 Hybrid (R$ 151.990) em relação ao T-Cross 200 TSI (R$ 148.990) — acaba compensando os pequenos ganhos financeiros com combustível.
Entretanto, o Fiat Fastback Hybrid pode ter como apelo junto ao público alguns incentivos estaduais e municipais para veículos eletrificados, como redução ou isenção do IPVA dependendo da localidade. Esses benefícios podem fazer a diferença na decisão de compra, sendo uma vantagem que também se aplica a outros modelos híbridos leves, como o CAOA Chery Tiggo 5x Pro Hybrid.
Em resumo, a economia nos gastos com combustível proporcionada pelo Fiat Fastback Hybrid é discreta e não se destaca como fator decisivo de compra. O apelo da novidade, portanto, reside muito mais nos incentivos governamentais do que nos dados de consumo propriamente ditos.
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