CEO da Fiat cita ‘renascimento’ do 500 e Panda e não descarta sucessor do Punto
Marca italiana renovará seus ícones com versões híbridas e elétricas e prepara expansão de modelos até 2027
César Tizo - fevereiro 20, 2025
Após anos focada em modelos compactos, a Fiat prepara uma ofensiva de produtos para expandir sua presença no mercado global. A marca italiana, que historicamente teve no 500 e no Panda seus principais destaques na Europa, vai renovar esses ícones e ampliar seu portfólio com novos modelos híbridos e elétricos, incluindo veículos de segmentos maiores.
A base dessa futura estratégia será a introdução das novas gerações do Fiat 500 e do Panda, ambos desenvolvidos sobre a plataforma STLA City da Stellantis. O novo 500 híbrido será relançado ainda este ano, sendo produzido na fábrica de Mirafiori, na Itália, ao lado do 500e elétrico. Já o novo Panda, que seguirá em linha até 2030 com atualizações, terá uma versão completamente renovada em 2030, fabricada em Pomigliano, também na Itália.
As informações foram reveladas por Olivier François, CEO da Fiat, à revista inglesa Autocar. Na entrevista, o principal executivo da marca no mundo adiantou que o design do novo 500 será “evolutivo”, sendo que haverá uma mudança maior para o Panda a partir da próxima década.
“Espero que o design do substituto [do Panda] seja um pouco mais próximo do Panda original dos anos 80”, explicou François. Isso também o vincularia mais de perto ao novo Grande Panda. “Quando você os vir um ao lado do outro, verá a mamãe urso e o bebê urso. Será muito fofo. Não será apenas uma versão menor do Grande Panda, mas terá ligações visuais, as mesmas raízes e a silhueta icônica”, acrescentou.
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Família expandida com SUV e Fastback
A Fiat também pretende explorar novos segmentos por meio da ampliação da linha Panda. Dois modelos inéditos, um SUV e um fastback, serão lançados até 2027, utilizando a arquitetura Smart Car. Apesar de manterem referências ao design do Panda, esses veículos terão identidade própria e não carregarão o nome do modelo original.
O SUV terá como principal concorrente o Dacia Bigster e promete ser um produto estratégico para a Fiat na Europa, unindo custo-benefício e eficiência energética. Já o fastback, posicionado no segmento do Volkswagen Golf, servirá como sucessor indireto do Fiat Tipo, trazendo uma abordagem mais moderna e visualmente atraente para competir em mercados globais.
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Nova estratégia global e reestruturação da gama
A expansão da Fiat ocorre após um período de reestruturação, que incluiu o fim de modelos tradicionais, como o 500X, o Tipo e a última releitura do 500 com propulsão térmica. O CEO da marca, Olivier François, reconheceu em entrevista para a publicação inglesa Autocar que a saída desses veículos foi um processo difícil, mas necessário para renovar o portfólio da Fiat e alinhar a marca às novas exigências do mercado.
Além da renovação dos compactos, a Fiat planeja ampliar sua presença no segmento C (médio) sem ultrapassar os 4,5 metros de comprimento nos modelos, uma diretriz interna para evitar concorrência direta com outras marcas da Stellantis, como a Citroën. “Nosso objetivo não é ser melhor ou pior, mas oferecer o DNA italiano da Fiat, com design diferenciado e cores vibrantes“, destacou François.
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Possível retorno do Fiat Punto?
Apesar do foco atual na família Panda e nos novos modelos maiores, François deixou em aberto na entrevista aos ingleses a possibilidade de um futuro sucessor do Fiat Punto para os principais mercados globais da marca.
François lembrou, durante a entrevista, que uma de suas primeiras decisões ao assumir como CEO da Fiat em 2011 foi cancelar o sucessor planejado do Punto. “Ele tinha uma aparência boa, mas não era supericônico”, afirmou, acrescentando que o modelo teria potencial de sucesso apenas na Europa, sem grande apelo em outros mercados relevantes para a Fiat, como América do Sul e África.
O Punto, vale lembrar, foi comercializado no Brasil entre 2007 e 2017 com relativo sucesso.
O executivo ressaltou que a evolução da eletrificação e a demanda por automóveis mais eficientes pode reacender o interesse por hatchbacks mais aerodinâmicos, tornando o conceito do Punto novamente viável. François acrescenta que tal produto não está sendo planejado pela Fiat no momento, mas a empresa “está pronta para responder a qualquer mudança de mercado“.
Por ora, a Fiat seguirá apostando na versatilidade dos SUVs e crossovers para ampliar sua presença global, consolidando sua identidade dentro da Stellantis.
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