Consumo, conforto e manutenção: qual o melhor carro para táxi?
Leitor, que é taxista em São Paulo, pediu ajuda para definir a compra do seu próximo automóvel; confira análise completa
César Tizo - março 2, 2025
Sou taxista em São Paulo e gostaria de uma ajuda para escolher o melhor sedã automático e mais econômico para trabalhar, ou até mesmo um SUV. Se possível, gostaria que mencionasse alguma opção híbrida. Estou em dúvida entre Nissan Versa, Honda City e Toyota Corolla. Ou o Chevrolet Spin é a melhor opção entre todos? Também gostaria de saber por que muitos Corolla estão apresentando problemas ao rodar com etanol, precisando trocar os bicos injetores, mesmo sendo um carro flex. O problema acontece mesmo com combustível de qualidade, e alguns amigos taxistas já passaram por isso. O problema é por causa da injeção direta? Por que a Toyota não fala nada sobre isso? – pergunta enviada por Sérgio
Sérgio, obrigado por enviar sua pergunta e participar do Guru dos Carros!
Para começar a análise de forma objetiva, preparei uma tabela comparando o consumo de combustível dos modelos que você citou. Como você bem sabe, esse ponto é fundamental para quem utiliza o automóvel como ferramenta de trabalho, já que um custo menor por quilômetro rodado significa maior retorno financeiro no fim do dia.
Consumo de combustível (dados PBEV – Inmetro)
Etanol – Urbano
Etanol – Estrada
Gasolina – Urbano
Gasolina – Estrada
Chevrolet Spin aut.
7,4 km/l
9,3 km/l
10,5 km/l
13,4 km/l
Honda City LX
9,2 km/l
10,5 km/l
13,1 km/l
15,2 km/l
Nissan Versa
8,1 km/l
10,5 km/l
11,8 km/l
15 km/l
Toyota Corolla GLi
8,6 km/l
10,7 km/l
12,3 km/l
14,9 km/l
Toyota Corolla Hybrid
12,8 km/l
11,1 km/l
18,5 km/l
15,7 km/l
Como os números mostram, apesar do interior versátil e do bom porta-malas, o Chevrolet Spin automático perde pontos pelo consumo elevado em comparação com os sedãs. Isso faz com que os três modelos citados — City, Versa e Corolla — sejam opções mais eficientes para o trabalho diário.
Dentre eles, o Toyota Corolla Hybrid se destaca com folga no consumo urbano, chegando a 18,5 km/l na gasolina de acordo com o PBEV. Na prática, não é difícil alcançar médias de 20 km/l com gasolina na cidade, o que pode gerar grande economia ao longo do tempo.
Por outro lado, o Corolla Hybrid tem um desempenho mais contido, especialmente em acelerações e retomadas, algo facilmente percebido no uso rodoviário, por exemplo. Logo, vale a pena fazer um bom test-drive para avaliar se ele atende às suas expectativas.
Ainda assim, mesmo nas versões apenas a combustão (não eletrificadas), o Corolla se mostra competitivo, igualando ou superando alguns sedãs de menor porte em eficiência.
Também podem ser elencados como pontos a favor do Toyota a boa habitabilidade, o conforto para os ocupantes e o porta-malas com 470 litros de capacidade, capaz de atender tranquilamente passageiros com malas e demais bagagens, por exemplo, em corridas para aeroportos.
Problemas na injeção
Partindo para a segunda parte de sua pergunta, Sérgio, é interessante lembrarmos que o motor 2.0 Dynamic Force se diferencia por contar com um sistema de injeção dupla, combinando as vantagens da injeção direta, para situações onde mais potência é necessária, com as particularidades da injeção indireta convencional, que prioriza a entrega de maior torque, por exemplo.
No entanto, como você cita em sua dúvida, há relatos de problemas nos injetores de alta pressão, levando a falhas e necessidade de substituição precoce da peça. Esse tema, inclusive, foi amplamente abordado em reportagens da Quatro Rodas e Vrum.
De maneira oficial, como relatam os colegas, a Toyota implementou uma contramedida na tentativa de sanar os problemas, alterando os injetores. As peças de código 23209-24010-xx passaram a ser substituídas por um novo modelo, de código 23209-24040-xx.
A montadora também menciona a qualidade do combustível como fator de impacto em alguns casos, mas, diante da recorrência do problema, é possível que ajustes adicionais no propulsor sejam necessários.
Afeta o híbrido?
Porém, Sérgio, é importante esclarecer que, caso o Toyota Corolla Hybrid seja considerado como uma possível opção de compra, o modelo não é afetado pelas eventuais falhas do motor 2.0 Dynamic Force.
O Corolla Hybrid usa como base em seu conjunto motriz o 1.8 flex com injeção indireta convencional, menos sensível a variações de combustível e de manutenção mais simples.
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