E30 e motores a gasolina: como fica o Tiggo 7 Pro 1.6 TGDI?
Leitor está com receio se a nova gasolina comum, nos postos desde o mês passado, pode ser prejudicial aos propulsores monocombustível
César Tizo - setembro 17, 2025
Gostaria de saber se o motor a gasolina do Tiggo 7 Pro 1.6 TGDI pode ter problemas no Brasil devido à nossa gasolina, que agora contém 30% de etanol, mesmo utilizando combustível de boa qualidade – pergunta enviada por Djanildo
Djanildo, obrigado por enviar sua pergunta e participar do Guru dos Carros!
A questão trazida por você certamente pode passar pela cabeça não só de outros interessados no CAOA Chery Tiggo 7 Pro com motor 1.6 TGDI, como também de outros consumidores que consideram a compra de um veículo monocombustível a gasolina.
É importante salientar que, ao homologarem ou desenvolverem um automóvel para nosso mercado, as fabricantes locais já levam em conta a maior incidência de etanol na gasolina.
Por conta disso, os motores recebem atenção especial, começando pelos materiais internos. Componentes como válvulas, sedes, mangueiras e juntas recebem tratamentos especiais para resistir ao etanol. Indo além, a central eletrônica dos motores é devidamente programada para lidar com a variação de octanagem e poder calorífico das misturas de combustíveis oferecidas no Brasil.
No caso específico do Tiggo 7 Pro com o propulsor 1.6 turbo, o modelo é beneficiado com toda a expertise do time de engenharia da CAOA, que inclusive conta com modernos laboratórios e excelente estrutura para testes e ensaios avançados em Anápolis (GO). Por conta disso, certamente o SUV terá seu motor devidamente preparado para aceitar o novo padrão da gasolina comum vendida nos postos.
CAOA Chery Tiggo 7 Pro Max Drive
Claro que, como você bem aponta em sua pergunta, é fundamental seguir buscando postos de qualidade para abastecer seu veículo com combustíveis certificados, algo vital para assegurar o bom funcionamento do motor.
Conforme apuramos com a Anfavea há um ano, a associação que reúne as fabricantes instaladas no Brasil declarou à época que “apoia integralmente” os projetos que estimulam o uso de combustíveis mais sustentáveis no Brasil.
Além disso, a entidade salientou ao Guru dos Carros que “para aumentar a concentração de etanol anidro na gasolina acima de 30% será necessário realizar ensaios acompanhados pelas montadoras e fornecedores de combustíveis para avaliar os efeitos nos motores“. Isso representa uma garantia de que somente serão disponibilizados no mercado combustíveis que não comprometam o funcionamento dos principais veículos à venda no país.
Detalhe do motor 1.6 TGDI a gasolina aplicado no SUV
Por fim, Djanildo, é sempre bom embasarmos nossa posição sobre o assunto em um amplo estudo realizado pelo Instituto Mauá de Tecnologia, que avaliou os impactos do combustível E30 em 16 automóveis de passeio, contemplando motores de 1 a 2,5 litros de deslocamento (entre aspirados e turboalimentados) e com diferentes sistemas de alimentação (carburados, injeção monoponto, injeção multiponto, injeção direta), inclusive carros híbridos.
Em sua conclusão envolvendo as análises para automóveis de passeio, o Instituto Mauá de Tecnologia concluiu que, “na amostra analisada, não foram observadas diferenças no comportamento dos veículos que sejam justificadas pela alteração de combustível e/ou que afetem a percepção de dirigibilidade do motorista“. Além disso, relatam os responsáveis pelos testes, “não houve alteração relevante nos ensaios de emissões e consumo“.
Portanto, ao ponderarmos tudo o que foi apresentado, ainda que você opte por um veículo monocombustível, o fato de ele contar com o respaldo de uma marca consolidada no Brasil e que possui um centro de engenharia local certamente garantirá que o produto é apto a rodar com E30.