Reforma Tributária pode encarecer carros com novo imposto
Anfavea alerta para alíquota do Imposto Seletivo, que, sem travas, pode chegar a 35% e encarecer os preços dos carros novos
César Tizo - setembro 24, 2025
Preocupada com o impacto da Reforma Tributária sobre o setor automotivo, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) defendeu a criação de um teto de 5% para o Imposto Seletivo que será aplicado a automóveis e outros veículos leves. A proposta busca dar previsibilidade às montadoras e impedir que a carga tributária sobre os carros aumente de forma significativa.
Uma nova etapa da regulamentação da Reforma será votada nesta semana pelo Senado. O texto já prevê limites máximos de alíquota para outros segmentos da economia, e a Anfavea quer que o mesmo tratamento seja estendido aos veículos.
“Não estamos pedindo tratamento especial, mas que seja aplicada ao setor a mesma lógica já concedida a outros segmentos sujeitos ao Imposto Seletivo. O governo prometeu um imposto regulatório e corremos o risco de enfrentar uma nova base de tributação em patamares elevadíssimos, o que pode encarecer os automóveis e penalizar os consumidores”, declarou Igor Calvet, presidente da entidade.
Segundo a associação, dentro de um teto de 5% seria possível manter estímulos para tecnologias menos poluentes, com faixas de alíquota menores de acordo com o nível de emissões de cada veículo.
Sem uma trava definida, o imposto extra pode começar em 10% e chegar a 35%, elevando o preço dos carros novos e desestimulando a renovação da frota — justamente o oposto do objetivo de reduzir impactos ambientais e melhorar a segurança viária.
A Anfavea lembra que o governo já limitou o imposto em outros setores, como bens minerais e bebidas açucaradas, e afirma que o mesmo deveria ocorrer para os automóveis. “O teto mantém a atual arrecadação do governo e dará segurança para que os fabricantes mantenham os R$ 190 bilhões em investimentos anunciados para os próximos anos”, reforçou Calvet.
Caso o Senado não defina um limite, o setor teme retração nas vendas de veículos novos e avanço do mercado de usados, com impacto direto na segurança, nas emissões e nos milhares de empregos ligados à indústria automotiva.
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