À vista, financiado ou consórcio: qual é a melhor forma de comprar um carro?
Mesmo com juros elevados, planejamento financeiro e escolhas acertadas podem ajudar o consumidor a realizar sonho do carro novo
César Tizo - setembro 29, 2025
A aquisição de um carro continua sendo um dos principais sonhos de consumo dos brasileiros, mas também um dos que mais exigem disciplina financeira. Apesar da queda de 0,11% na inflação registrada em agosto, os juros seguem em patamar elevado, em torno de 15% ao ano, o que encarece o crédito e exige cautela no momento da decisão.
Segundo Lucas Sharau, planejador financeiro CFP e sócio da iHUB Investimentos, é fundamental avaliar mais do que apenas o valor da parcela do financiamento. “O grande desafio ainda é o custo do crédito, que permanece elevado mesmo com a expectativa de cortes na Selic para 2026. Além disso, é essencial considerar o custo total de propriedade, que inclui seguro, manutenção, IPVA, combustível e depreciação”, afirma.
Investimentos de curto prazo como aliados
Para quem deseja comprar o carro ainda em 2025, a recomendação é priorizar segurança e liquidez. Nesse cenário, títulos públicos como o Tesouro Selic, CDBs de bancos sólidos com liquidez diária e fundos de renda fixa DI aparecem como alternativas mais indicadas.
“Para objetivos de até 24 meses, o mais importante é preservar o poder de compra. O Tesouro Selic é a opção mais adequada para quem valoriza liquidez e baixo risco, enquanto os CDBs podem oferecer retornos levemente maiores, desde que respeitado o limite do FGC, a solidez da instituição e as necessidades de liquidez do investidor”, orienta Sharau.
À vista, financiado ou consórcio?
Na análise do especialista, pagar à vista deve ser sempre a primeira opção, já que elimina juros e abre margem para descontos na negociação. Porém, nem sempre isso é possível.
“O financiamento só faz sentido em casos de necessidade imediata e com entrada robusta, acima de 50% do valor do veículo. Já o consórcio pode ser uma boa alternativa para quem não tem pressa, mas é essencial analisar prazos, taxas de administração e a solidez da empresa administradora”, pondera.
Apesar da expectativa de cortes graduais na Selic, a melhora no crédito para veículos tende a ser limitada. “O custo do crédito depende não apenas da Selic, mas também do risco de inadimplência, do spread bancário e do perfil do consumidor. É pouco provável que tenhamos condições realmente atrativas antes de 2026”, avalia.
Dicas para manter o equilíbrio financeiro
Para quem planeja a compra do carro em 2025, Sharau recomenda algumas práticas:
Definir um teto de gasto compatível com a renda;
Criar uma poupança ou aplicação exclusiva para o objetivo;
Simular custos de seguro e manutenção antes da compra;
Considerar veículos seminovos, que já passaram pela fase de maior depreciação;
Avaliar alternativas como a locação, dependendo da real utilização do veículo.
Por fim, o especialista ressalta que a decisão vai além da questão financeira. “A compra de um carro não é apenas uma decisão financeira, mas também de estilo de vida. Muitas vezes, a escolha do modelo e o timing da compra fazem mais diferença para a saúde financeira do que a forma de pagamento em si”, conclui.
We use cookies to ensure that we give you the best experience on our website. If you continue to use this site we will assume that you are happy with it.Ok