Graças a uma nova plataforma e investimentos recentes, marca francesa vai colocar em nosso mercado produtos muito mais interessantes ao longo dos próximos anos
César Tizo - outubro 30, 2023
Ao que tudo indica, o futuro da Renault no Brasil e região deverá ser tão movimentado quanto interessante ao longo dos próximos anos.
Como foi possível constatar com a apresentação mundial do Kardian no Rio de Janeiro e a apresentação do “International Game Plan 2027“, estratégia que vai guiar a atuação da Renault fora da Europa, a marca francesa tem como diretriz investir em um portfólio de modelos mais sofisticado e em linha com as novas demandas dos consumidores.
Isso fica claro ao analisarmos não só as características técnicas do futuro Renault Kardian nacional, mas em especial o robusto pacote de assistência à condução presente no crossover, assim como algumas peculiaridades tais como o freio de estacionamento elétrico, sistema de câmeras 360º, seletor do câmbio do tipo eletrônico, entre outros.
Essa sofisticação nos futuros automóveis nacionais da Renault será necessária para que a fabricante possa cumprir sua nova meta de dobrar o preço líquido por veículo vendido fora da Europa até 2027 em relação aos dados registrados em 2019.
Logo, fica claro que a Renault vai centrar sua atuação daqui para frente muito mais no lucro obtido por veículo comercializado do que se preocupar com volume de vendas ou participação de mercado, o que certamente é mais saudável para a empresa do ponto de vista administrativo.
Desse modo, em especial aqui no Brasil e em outros países com características econômicas similares, o portfólio da Renault será cada vez menos guiado por veículos orientados ao custo/benefício, como ocorria até então no caso de automóveis desenvolvidos majoritariamente pela Dacia, entre eles o Sandero e o Logan.
Portanto, abre-se espaço para novos modelos nacionais em que vamos notar muito mais a influência da Renault como marca do que de sua subsidiária romena de baixo custo.
Com isso, as perspectivas para o futuro portfólio da Renault aqui no Brasil são animadoras.
Além do Kardian, que começará a ser produzido em São José dos Pinhais (PR) a partir de janeiro e chegará efetivamente ao mercado em março do próximo ano, os próximos SUVs nacionais da Renault também deverão surpreender.
Para o fim de novembro deste ano o Grupo Renault confirmou a estreia global da nova geração do Dacia Duster na Europa.
O SUV compacto, um dos modelos de maior sucesso da Renault aqui no Brasil, vai evoluir consideravelmente no design e também tomará como base a mesma plataforma modular sobre a qual o Kardian foi desenvolvido.
Talvez a estreia do novo Renault Duster nacional fique para 2025 e, quem sabe até, o modelo poderá ser lançado com algum conjunto mecânico eletrificado.
No ano seguinte à estreia da nova geração do Duster, a Renault poderá entrar no segmento de SUVs 7 lugares com um derivado do conceito Dacia Bigster.
A categoria em questão mostra grande potencial aqui no Brasil, como podemos notar pela boa aceitação de modelos como o CAOA Chery Tiggo 8 e o Chevrolet Spin em uma categoria mais acessível.
Avançando para 2027, a Renault poderá colocar no mercado a sucessora da Oroch entre as picapes intermediárias.
É inegável que o estudo Niagara Concept revelado na semana passada aparenta ser uma vitrine para o que figura nos planos da Renault para o segmento.
A picape conceitual foi exposta com uma interessante combinação mecânica baseada na tecnologia E-Tech Hybrid 4×4, que associa o propulsor térmico dianteiro com sistema híbrido-leve ao motor elétrico no eixo traseiro, o qual é capaz de tracionar o veículo de maneira isolada.
A sucessora da Oroch, por sua vez, deverá ser produzida na Argentina, país onde o Grupo Renault vai centrar a fabricação de veículos comerciais em nossa região.
Por fim, além do recém-chegado Megane E-Tech a Renault tem condições de atuar em alguns nichos específicos do segmento de veículos eletrificados caso decida investir na importação de modelos como a releitura moderna do Scenic ou o SUV cupê de grande porte Rafale.
Com isso, fica claro que a Renault pode surpreender em sua nova fase no Brasil ao longo dos próximos anos, incrementando ainda mais a concorrência. Vamos acompanhar de perto!
