Modelo retornou ao mercado brasileiro no mês passado com alterações técnicas polêmicas
César Tizo - novembro 3, 2023
Desde o mês passado a Volkswagen iniciou as reservas para o novo Tiguan Allspace R-Line, SUV 7 lugares que retorna ao Brasil após hiato de dois anos fora do mercado.
O modelo estreia por aqui sutis atualizações estéticas, como pode ser observado nos novos faróis IQ.Light Matrix, e tem como um dos aprimoramentos relevantes a oferta do sistema Travel Assist, que alia o assistente de permanência em faixa (Lane Assist) com o controle de cruzeiro adaptativo (ACC) com função Stop&Go para oferecer ao modelo condução semiautônoma em especial no deslocamentos rodoviários.
Sob o capô, entretanto, o Tiguan Allspace R-Line 2024 inaugurou no mercado brasileiro algumas alterações técnicas significativas.
O SUV, por exemplo, trocou a calibração 350 TSI para o motor 2.0 turbo pela configuração 300 TSI, o que reduziu os dados de potência e torque para, respectivamente, 186 cv e 30 kgfm de torque.
Até 2021, o Tiguan Allspace R-Line 350 TSI, modelo que sempre teve como diferencial a esportividade, entregava 220 cv e 35,7 kgfm.
O tipo de transmissão e a forma como a força máxima é distribuída para as rodas também foram revistos pela subsidiária brasileira da Volkswagen.
O time local da fabricante optou por trocar a caixa de dupla embreagem com 7 marchas por um câmbio automático convencional com conversor de torque e 8 velocidades.
Até aqui nada de mais, entretanto uma grande perda para o Tiguan Allspace R-Line a partir da linha 2024 foi o fim da presença do sistema de tração integral permanente 4Motion.
Além de residir como um atributo de destaque do SUV, o sistema de tração integral colaborava não só para incrementar o comportamento dinâmico do modelo, bem como acrescentava pontos importantes no quesito segurança ativa.
As mudanças da Volkswagen envolvendo o Tiguan Allspace R-Line 2024 podem ser justificadas para tornar o modelo mais econômico e racional sem sacrificar tanto assim o desempenho (até o momento a marca não divulgou os dados oficiais), mas será que isso está em linha com o desejo dos consumidores?
É importante frisar que as alterações técnicas não deixaram o Tiguan Allspace R-Line mais barato por aqui, uma vez que seu preço sugerido de R$ 278.990 segue elevado.
A decisão da VW também parece ignorar o acirramento da concorrência na categoria de SUVs de maior porte no mercado brasileiro.
Hoje em dia, por exemplo, a GWM Brasil disponibiliza o Haval H6 com sua mecânica híbrida plug-in (PHEV) por R$ 269.000.
O SUV pode não oferecer a terceira fileira de assentos, mas se notabiliza pelos 393 cv de potência combinada e nada menos do que 77,7 kgfm de torque, fato que permite ao SUV chinês alcançar 100 km/h em menos de 5 segundos.
O modelo ainda conta com tração integral e é capaz de rodar por 113 km apenas no modo elétrico.
Para quem não abre mão dos 7 lugares, vale citar como alternativa o CAOA Chery Tiggo 8 Pro Plug-in Hybrid (R$ 239.990), que conta com tração dianteira tal como o novo Tiguan Allspace R-Line.
Assim como o Haval H6 PHEV, o modelo da CAOA Chery também é um híbrido que permite a recarga externa da bateria e dispõe de 317 cv e 56,6 kgfm de torque.
Talvez para os potenciais clientes que aguardavam ansiosos o retorno do Tiguan Allspace R-Line ao Brasil as alterações mecânicas para o SUV soaram como um belo balde de água fria.
Ao invés de preservar (e até enaltecer, como seria melhor) os atributos que fizeram a fama do Tiguan Allspace R-Line, a Volkswagen optou por retirar credenciais técnicas que sempre figuraram como elementos de destaque da versão e projetavam o Tiguan Allspace R-Line como uma escolha singular dentro da categoria.
Para quem não quer migrar para um SUV eletrificado e deseja um modelo que relembre o que o Tiguan Allspace R-Line já foi no passado, uma ótima saída será aguardar pela inédita configuração 2.0 turbo a gasolina para o Jeep Commander.
A nova opção de motor para o SUV 7 lugares nacional deverá ser lançada no começo de 2024 e vai associar o propulsor Hurricane 4 ao câmbio automático de 9 marchas e o sistema de tração integral, conferindo um caráter esportivo não encontrado até então no portfólio do Jeep Commander.
Sem dúvida uma opção para acompanharmos de perto!
