CAOA Chery também prepara a estreia do Tiggo 9 nacional para atuar no segmento de SUVs de grande porte; saiba mais
César Tizo - agosto 25, 2024
Aproveitando o evento de lançamento do Tiggo 8 Pro, o Guru dos Carros teve a oportunidade de conversar com a diretoria da CAOA Chery sobre as estratégias da marca para o mercado, atualizações de produtos já disponíveis e as perspectivas de novos modelos que poderão chegar ao Brasil.
Iniciamos nossa conversa com Leo Lukacs, diretor de engenharia da CAOA Chery, questionando-o sobre um recente flagra do Tiggo 7 híbrido plug-in (PHEV) na cidade de São Paulo. De acordo com Lukacs, essa configuração, ainda inédita no Brasil, está sendo estudada para o mercado local, mas sem uma previsão exata de lançamento.
Segundo dados da Chery International, o Tiggo 7 Pro Plug-in Hybrid conta com a tecnologia híbrida plug-in mais avançada da marca e é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos. No padrão chinês de medição, o SUV tem autonomia em modo elétrico para 75 km.
Seguindo a lógica de precificação agressiva da CAOA Chery, um dos grandes apelos do Tiggo 7 Pro Plug-in Hybrid em nosso mercado seria a oferta de um SUV com essa configuração mecânica custando bem menos de R$ 200 mil, o que poderia resultar em um forte apelo comercial, talvez desbancando o BYD Song Pro (R$ 189.800 na versão GL).
Em paralelo, o Guru dos Carros também questionou Lukacs se as melhorias para o motor 1.6 turbo com injeção direta inauguradas pelo Tiggo 8 Pro chegarão ao Tiggo 7 Pro Max Drive. Segundo o diretor de engenharia da CAOA Chery, a resposta é positiva, porém ainda sem previsão para o lançamento. Entre as principais novidades, o motor 1.6 TGDI, que opera exclusivamente com gasolina, ganhou um novo bloco de maior rigidez, radiador de óleo mais eficiente e uma bomba de óleo com pressão variável, entre outros aprimoramentos. Assim como no Tiggo 8 Pro, o Tiggo 7 Pro Max Drive conta com transmissão de dupla embreagem com 7 marchas.
Em outro momento, o Guru dos Carros fez perguntas a Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, presidente da CAOA e também à frente da CAOA Chery. Entre os temas abordados, questionamos o executivo sobre a continuidade da oferta do Arrizo 6 no mercado brasileiro, sedã atualmente importado da China. “Sim, ele continuará sendo comercializado e terá novidades em breve, talvez ainda neste semestre“, revelou Andrade Filho ao site, sem entrar em detalhes sobre as evoluções esperadas.
Em outra movimentação importante para a marca, o presidente da empresa revelou que o Tiggo 8 Pro Plug-in Hybrid será nacionalizado a partir da metade de 2025, evitando assim a nova elevação das taxas de importação para veículos eletrificados no Brasil. Atualmente, ao contrário do Tiggo 8 com motor a combustão, a configuração híbrida plug-in é importada da China.
Outro fato relevante é a confirmação de que a CAOA Chery atuará também em uma segmentação de mercado superior com a montagem local do Tiggo 9. Trata-se de um SUV de grande porte, com mais de 4,80 m de comprimento e 1,90 m de largura, que também oferecerá configuração mecânica híbrida plug-in. Certamente, é uma iniciativa interessante da marca para fortalecer seu posicionamento no mercado.
Buscamos também saber de Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho se a parceria com a Chery sofreu algum abalo devido às movimentações da fabricante chinesa para lançar sua divisão Omoda | Jaecoo no Brasil. Segundo o executivo, as operações da CAOA Chery seguem sem intercorrências, e a parceria permanece inalterada. “Somos um mercado muito importante para a Chery, o principal fora da China. E, como você pode ver, estamos investindo no lançamento de novos produtos, agora com a chegada do Tiggo 8 Pro“, reforçou Andrade Filho durante a conversa.
Sobre a fábrica que a CAOA e a Chery possuem em Jacareí, no interior de São Paulo, atualmente com as atividades suspensas desde 2022, ainda não há uma definição para a retomada da produção, explicaram os executivos. O Guru dos Carros questionou se a planta de Jacareí poderia ser utilizada para aumentar a produção de modelos como o Tiggo 5x e o Tiggo 7 nas versões Sport, ambos com alta demanda no país. A alternativa, contudo, não mostra-se viável uma vez que a unidade precisaria receber investimentos e atualizações para abrigar a montagem dos SUVs. Uma vez que será necessário realizar um aporte financeiro, é mais provável que tanto a CAOA quanto a Chery priorizem para o local modelos inéditos (já eletrificados) para reativar a fábrica de Jacareí, algo que só saberemos no futuro.
Falando ainda sobre as gamas Tiggo 5x Sport e o Tiggo 7 Sport, a ativação do terceiro turno na fábrica de Anápolis (GO), ocorrida em junho deste ano, poderá colaborar para aliviar as grandes filas de espera dos dois SUVs. À medida que isso acontecer, a oferta da dupla ao segmento PcD poderá ser retomada, conforme informou a diretoria da CAOA Chery ao site.
Por fim, a CAOA Montadora detalhou que está em curso um moderno projeto de expansão de 36.172 m² de área construída para sua fábrica em Goiás, o que resultará em um total de mais de 208 mil m² de área edificada no local. A empresa destaca que sua capacidade produtiva será ampliada para 160 mil carros/ano após a conclusão dos investimentos de R$ 3 bilhões anunciados há um ano.
A CAOA Montadora também adquiriu mais 165 robôs para acelerar seu processo fabril em Anápolis, que contará com um total de 209 equipamentos. Entre os novos aparelhos, “robôs de solda da marca Kuka serão instalados juntamente aos já existentes na área de Body Shop da planta, mantendo o alto nível de qualidade na montagem das carrocerias e proporcionando um ganho de produtividade de até 45%“.
“Da mesma forma, novos robôs da marca Durr serão entregues à área de Pintura, ampliando a automação e promovendo a manutenção da qualidade da pintura, além de aumentar a capacidade de unidades entregues em mais de 45%, e garantir a segurança ambiental no processo fabril“, conclui a CAOA.
Paralelamente à expansão, a CAOA Montadora também está triplicando o número de colaboradores. Com o início do segundo turno, em setembro de 2023, o quadro de funcionários na fábrica de Anápolis se aproximou de 2.500 e fechou o ano com mais de 3 mil contratados. Em junho de 2024, como mencionado anteriormente, foi iniciado o terceiro turno e, atualmente, a planta ultrapassou o número de 5.450 colaboradores, com expectativa de alcançar 6 mil funcionários nos próximos meses.
Sobre a elevação do percentual de etanol anidro na gasolina e os possíveis efeitos danosos no motores 1.6 monocombustível, alguma declaração?
Fernando, por enquanto, a marca não se posicionou, uma vez que a matéria, já aprovada na Câmara, ainda está em discussão no Senado e deverá ser votada apenas em setembro. Contudo, se aprovada a elevação da mistura de etanol anidro na gasolina, o impacto deverá ser maior nos automóveis monocombustível importados ou mais antigos, enquanto os veículos 0 km deverão ser, obrigatoriamente, adaptados às novas regras. De qualquer forma, vou acompanhar esse tema de perto e voltarei a reportar aqui no site assim que surgirem novas informações. Obrigado pelo comentário!